terça-feira, 25 de agosto de 2009

COMO ZAQUEU?

Às vezes me surpreendo em algumas igrejas quando sou levado a entoar canções de louvor ao Senhor recheadas de impropriedades teológicas, erros de português e até insinuações genéticas.
É um tal de "querer ver a face de Deus", "tenho adoração em meu DNA".... "chega mais perto de mim", "quero tocar-te, deitar em teu colo" entre outras pérolas do cancioneiro contemporâneo "cristão" "estilo adoração".
Informo aos queridos leitores que não estamos sozinhos nesta preocupação. Há muita gente preocupada com as besteiras que andam sendo cantadas por aí.
Vejam esse texto do Pr. Ciro Sanches Zibordi, da Assembléia de Deus em Niterói - RJ.
"Alguns internautas têm me instigado a analisar a composição “Faz um milagre em mim”. Eu vinha evitando fazer isso, a fim de não provocar a ira dos fãs do cantor que interpreta esse hit “evangélico”.
Afinal, vivemos em uma época em que dar uma opinião à luz da Bíblia desperta a fúria daqueles que dizem ser servos de Deus, mas são, na verdade, fãs, fanáticos e cristãos nominais.Resolvi, pois, atender os irmãos que desejam obter um esclarecimento quanto ao conteúdo da canção mais cantada pelo povo evangélico na atualidade, a qual começa assim:
“Como Zaqueu, eu quero subir o mais alto que eu puder”.Primeira pergunta para reflexão: Zaqueu, quando subiu na figueira, era um seguidor de Jesus, um verdadeiro adorador? Não. Ele era um chefe dos publicanos, desobediente a Deus e corrupto (Lc 19.1-10).
Nesse caso, como um crente em Jesus Cristo, liberto do poder do pecado, pode ainda desejar ser como Zaqueu, antes de seu maravilhoso encontro com Jesus?Segunda pergunta para reflexão: Por que Zaqueu subiu naquela árvore? Ele estava sedento por salvação? Queria, naquele momento, ter comunhão com Jesus? Não. A Palavra de Deus afirma: “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura” (Lc 19.1-3).
Ele não subiu na figueira porque estava desejoso de ter comunhão com Jesus, mas porque estava curioso para vê-lo.Terceira pergunta para reflexão: O verdadeiro adorador deve agir como Zaqueu, ou como o salmista, que, ao demonstrar o seu desejo de estar na presença de Deus, afirmou: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1,2)? Será que o pecador e enganador Zaqueu tinha a mesma sede do salmista? Por que um verdadeiro adorador desejaria ser como Zaqueu?Mas o hit “evangélico” continua: “Só pra te ver, olhar para ti e chamar sua atenção para mim”.
Outra pergunta para reflexão: Será que precisamos subir o mais alto que pudermos para chamar a atenção do Senhor? Zaqueu, segundo a Bíblia, subiu na figueira por curiosidade. Mas Jesus, olhando para cima, lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Observe que não foi Zaqueu quem chamou a atenção de Jesus. Foi o Senhor quem olhou para cima e viu aquele pecador perdido e atentou para ele (cf. Mt 9.36).
A atitude de Zaqueu que nos serve de exemplo não foi o subir, e sim o descer, para atender o chamamento de Jesus: “E, apressando-se, desceu, e recebeu-o gostoso” (Lc 19.6). Por conseguinte, pergunto: O adorador, salvo, transformado, precisa subir para chamar a atenção de Jesus? Não. Na verdade, o Senhor está com o contrito e abatido de espírito (Is 57.15). Espiritualmente falando, Ele atenta para quem desce, e não para quem sobe (Sl 138.6; Lc 3.30).
Mais uma pergunta para reflexão: Se a atitude que realmente recebe destaque, na história de Zaqueu, foi a sua descida, por que a canção enfatiza a sua subida? O mais lógico não seria cantar “Como Zaqueu, eu quero descer”? Reflitamos. Afinal, como diz uma frase que circula na grande rede, o Senhor Jesus morreu para tirar os nossos pecados, e não a nossa inteligência.
A composição não é de todo condenável, pois o adorador que se preza deve mesmo cantar: “Eu preciso de ti, Senhor. Eu preciso de ti, ó Pai. Sou pequeno demais, me dá a tua paz”. Mas, a frase seguinte provoca outra pergunta para reflexão: “Largo tudo pra te seguir”.
Estamos mesmo dispostos a largar tudo para seguirmos ao Senhor? E mais: É preciso mesmo largar tudo para segui-lo?O que o Senhor Jesus nos ensina, em sua Palavra? Em Mateus 16.24, Ele disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Renunciar não é, necessariamente, abandonar, largar, mas pôr em segundo plano. A própria família pode ser um obstáculo para um adorador. Deve ele, nesse caso, largá-la, abandoná-la? Claro que não! Renúncia equivale a priorizar uma coisa em detrimento de outra.Não precisamos largar a família, o emprego, etc. para seguir o Senhor!
Mas precisamos considerar essas coisas secundárias ante a relevância de priorizar a comunhão com Jesus (Mt 10.27). Nesta última passagem vemos que o adorador deve amar prioritariamente o Senhor Jesus, mas sem abandonar tudo para segui-lo! Não confundamos renúncia com abandono. O que devemos largar para seguir a Jesus é a vida de pecado, e não tudo.A canção continua: “Entra na minha casa. Entra na minha vida”. O compositor se refere a Zaqueu, mas não foi este quem convidou o Senhor para entrar em sua casa. Na verdade, foi Jesus quem lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5).
Nota-se, pois, que esta parte da canção não é essencialmente cristocêntrica, e sim antropocêntrica. Mais uma pergunta para reflexão: O hit em apreço prioriza a obra que Jesus faz na vida do pecador, ou dá mais atenção ao que o homem, o ser humano, faz para conseguir o que deseja?
A canção enfatiza a Ajuda do Alto, ou a autoajuda?Outra pergunta: Um verdadeiro adorador, um servo de Deus, alguém que louva a Jesus de verdade, que canta louvores ao seu nome, não é ainda uma habitação do Senhor? Por que pedir a Ele que entre em nossa casa e em nossa vida, se já somos moradas de Deus (Jo 14.23; 1 Co 6.19,20)?A parte mais contestada da composição em apreço sinceramente não me incomoda muito: “Mexe com minha estrutura. Sara todas as feridas”. Que estrutura seria essa? No Salmo 103.14 está escrito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”. Deus, é claro, conhece-nos profundamente. Ele conhece a totalidade do ser humano: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12).
Creio que o compositor tomou como base o que aconteceu com Zaqueu. O seu encontro com o Senhor mudou a sua vida por completo, “mexeu com a sua estrutura” (Lc 19.7-10). Deus faz isso na vida do pecador, no momento da conversão, e continua a transformar os salvos, a cada dia (2 Co 3.18).Quanto a sarar feridas, o Senhor Jesus de fato nos cura interiormente. Mas não pense que estou aqui defendendo a falsa cura interior, associada a regressão psicológica, maldição hereditária, etc. Não! O Senhor Jesus, mediante a Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo, cura os quebrantados do coração, dando-lhes uma nova vida (Lc 4.18; 2 Co 5.17).
Diz ainda a canção: “Me ensina a ter santidade. Quero amar somente a ti. Porque o Senhor é o meu bem maior”. Sendo honesto e retendo o que é bom na composição (1 Ts 5.21), Deus, a cada dia, nos ensina a ser santos, em sua Palavra (Hb 12.14; 1 Pe 1.15-25). Além disso, Ele é, sem dúvidas, o que temos de mais precioso mesmo e, por isso, devemos amá-lo acima de todas as coisas (2 Co 4.7; Lc 10.27).Quanto à última frase “Faz um milagre em mim”, o compositor comete o mesmo erro de português constante da campanha de publicidade da Embratel: “Faz um 21”. Na verdade, no caso da canção o correto seria: “Faze um milagre em mim”. E, no caso da Embratel: “Faça um 21”. (...)
Diante do exposto, que os pecadores, à semelhança de Zaqueu, desçam, humilhem-se, a fim de receberem a gloriosa salvação em Cristo (Lc 18.9-14). E quanto a nós, os salvos, os verdadeiros adoradores, em vez de subirmos o mais alto que pudermos, que também desçamos a cada dia, humilhando-nos debaixo da potente mão de Deus (1 Pe 5.6), a fim de que Ele nos ouça e nos abençoe (2 Cr 7.14,15)."

domingo, 23 de agosto de 2009

A Guerra Está de Volta II

Ainda a propósito da Guerra, vejamos um texto que Caio Fábio publicou em seu site:

"A MÍDIA E OS NOVOS DEMÔNIOS!... — o caso Universal!...

Desde ontem as televisões do Brasil andam atrás de mim querendo uma entrevista; ou melhor: uma 'sonora' [que é a entrevista 'de corpo presente e falada'] sobre o Macedo e a Universal.
Hoje cedo foi a Globo...
Queriam uma sonora sobre o escândalo de lavagem de dinheiro da IURD; e mais: queriam que contasse como o bicho é muito mais feio..., considerando o que eu dissera durante toda década de 90, bem como acerca do que eu já disse no site: que a ponta desse negócio vem de longe... e de modos mais que ilícitos.
Era isto que queriam de mim...
Disse 'não'...
E expliquei a razão:
Na década de 90 eu falei muito e falei através da mídia o que não era Evangelho; era apenas o interesse da mídia. Hoje, eu disse, não há nenhum tema da mídia que, por mais que eu o conheça, eu deseje falar acerca dele, a menos que seja sobre o Evangelho.
Então perguntei:
Vocês querem uma sonora dizendo o que é Igreja em relação ao que não é Igreja? Ou querem saber o que o Evangelho diz sobre esta loucura que se instalou entre nós na “igreja”?...
Silencio...
Então concluí:
Não concordo com nada do que ensinam, pregam e fazem... Nada é bom ali. Mas não sou Promotor de Justiça e, muito menos, Satanás; pois, o que vocês me pedem é para ser o Satanás dessa história; e não há na terra quem me leve para este lugar no qual Jesus não estaria!...
A resposta foi silenciosa...
A seguir um educado 'muito bom pastor, que o senhor continue em paz e entre flores...'.
Eu disse Amém; e a conversa acabou...
É claro que sei que o que está aparecendo é a ponta 'legal' da ilegalidade, e que o buraco fundo está cavado no tempo antes do período investigado. Mas esta é uma informação minha, contada a mim, por pessoas que hoje temem pela própria vida; sem falar que outras aceitaram dinheiro para sumir e viver bem...
Quanto mim, tudo o que digo, digo pelo Evangelho, na esperança de que a Luz acenda, mas não estou disponível para reforçar o papel de ninguém no seu desejo de encontrar carniça...
Sei que as coisas são reais e são ainda piores. Mas o Senhor não me constitui juiz entre os homens, e, menos ainda constituiu-me Profeta de Mídia.
A mídia eu conheço hoje muito bem...
Muitas vezes faz bons serviços... Mas a maioria das vezes apenas usa você a fim de atingir seus objetivos, e, no fim, quem segura a onda é você; você sozinho...
Ou seja:
Hoje cedo um dos Novos Demônios, segundo Jaques Elull, a Mídia, me visitou oferecendo-me 'vingança'.
Sim, porque acusar é sempre coisa do diabo... Especialmente quando o seu chamado é para anunciar a Boa Nova, ou, no máximo, denunciar ao povo de Deus, por meios próprios e não contaminados, o que seja a verdade do Evangelho, ainda que isto incida sobre movimentos religiosos, políticos ou de qualquer outra natureza.
Concluí dizendo que não desejo nenhuma retaliação, e que não serei usado sob a bandeira da denuncia e da verdade, a fim de cumprir a 'pauta' de uma redação que, no fundo, também faz parte do mesmo intestino grosso que hoje se dispõe a investigar...
Quase todos, nessas horas, depois de 1998, chegam dizendo que chegou a hora de todo mundo saber que eu estava certo!...
Minha resposta:
E eu lá estou preocupado com o fato de o mundo pensar qualquer coisa a meu respeito?!
A mim somente interessa a opinião de Deus sobre mim!
O mais é lixo...

Nele, que perguntou: 'Quem me constituiu juiz e partidor entre vós?',

Caio
12 de agosto de 2009
Lago Norte"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A Guerra Está de Volta


Quando vi, anteontem, o tempo expressivo que o Jornal Nacional dedicou à denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo contra Edir Macedo e mais nove pessoas, imediatamente pensei: a guerra está de volta.
Dito e certo. No dia seguinte, o Jornal da Record contra-atacou, tentando infirmar a matéria do Jornal Nacional e trazendo alguns fatos nebulosos sobre o passado da Rede Globo.
Na década de noventa a guerra entre as emissoras foi bastante acirrada. De um lado, a Globo exibia vídeos dos pastores contando dinheiro de ofertas, de Edir Macedo ensinando a pedir dinheiro e do Bispo chutando a imagem da santa. Do outro, a Record insistia em denunciar as relações escusas da Rede Globo com o regime militar e seus empréstimos ilegais.
Aconteceu também, na época, uma cisão entre os evangélicos. Caio Fábio, que sempre reprovou as práticas de Edir Macedo, posicionou-se ao lado da Rede Globo. Outra personalidade influente da igreja evangélica, Silas Malafaia, ficou do lado da Rede Record. Segundo Caio Fábio, Silas Malafaia recebia milhares de dólares para ia à TV falar mal dele e da Rede Globo.
Particularmente, não tenho dúvidas sobre a sujeira que é a IURD. Mas sei também que a intenção da Rede Globo, com as reportagens desta semana, não é simplesmente informar. Há todo um interesse por trás desta máscara de imparcialidade, que é o de frear o crescimento da Rede Record.
Mas o que me incomoda nisso tudo mesmo é que em nenhum momento a Rede Globo se preocupa em distinguir a IURD das outras igrejas evangélicas. Tudo isso faz com que todas as igrejas sejam jogadas na vala comum da roubalheira, o que, evidentemente, não é nem um pouco útil para o evangelho.